A malandragem e o jeitinho brasileiro
O autor Roberto da Matta ressalta o jeitinho do brasileiro e a malandragem, de se livrar muitas vezes, de compromissos, de não cumprir normas. Ele cita três exemplos: Estados Unidos, França e Inglaterra, onde as regras são obedecidas ou não existem, porque eles acreditam que burlar regras, estão apenas abrindo caminho para a corrupção burocrática e ampliando a desconfiança no poder público. Nessas sociedades a lei não é feita para explorar o cidadão ou como instrumento para corrigir a sociedade, mas para que ela funcione bem.
A malandragem e o jeitinho brasileiro
Malandragem define-se como um conjunto de artimanhas utilizadas para se obter vantagem em determinada situação (vantagens estas muitas vezes ilícitas). Caracteriza-se pela engenhosidade e sutileza. Sua execução exige destreza, carisma, lábia e quaisquer características que permitam a manipulação de pessoas ou resultados, de forma a obter o melhor destes, e da maneira mais fácil possível. Contradiz a argumentação lógica, o labor e a honestidade, pois a malandragem pressupõe que tais métodos são incapazes de gerar bons resultados. Aquele que pratica a malandragem (o "malandro") age como no popular adágio brasileiro, imortalizado pelo nome de Lei do Gerson: "gosto de levar vantagem em tudo".
Junto ao jeitinho, a malandragem pode ser considerada outro modo de navegação social tipicamente (mas não unicamente) brasileiro; porém, diferente do jeitinho, neste a integridade de instituições e de indivíduos é efetivamente lesada, e de forma juridicamente definível como dolosa. No entanto, a malandragem bem-sucedida pressupõe que se obtenham vantagens sem que sua ação se faça perceber. Em termos mais populares, o "malandro" "engana" o "otário" (vítima) sem que este perceba ter sido enganado.
A malandragem é descrita no imaginário popular brasileiro como uma ferramenta de justiça individual. Perante a força das instituições necessariamente opressoras, o indivíduo