A lógica destrutiva (especial para fsp)
A Crise do Trabalha Coloca como desafio Resgatar Sentido de Classe – Ricardo Antunes*.
Andam desarticulados os tempos... (“Hamalet” Shekespeare) A sociedade contemporânea, particularmente nas últimas décadas, presenciou fortes transformações. O neoliberalismo e a reestruturação produtiva da era da acumulação flexível, dotadas de forte caráter destrutivo, têm acarretado, entre tantos aspectos nefastos, um monumental desemprego que atinge a humanidade que trabalha em escala globalizada. Da Inglaterra à Espanha, do México à Argentina, da Rússia à Índia, para não falar do Brasil, quanto mais se avança na competitividade e na “integração mundial” mais explosivas tornam-se as taxas de precarização, exclusão e desemprego. Ao contrário das inúmeras mistificações hoje presentes, que tentam conferir eternidade à (des) ordem mundial, pode-se constatar que a crise contemporânea acabou atingindo em cheio também os países capitalistas centrais. Paralelamente à globalização produtiva, a lógica do sistema produtor de mercadorias vem convertendo a concorrência e a busca da produtividade num processo “auto-destrutivo” que tem gerado uma imensa “sociedade dos excluídos e dos precarizados”. Até o Japão e o seu modelo toyotista, que introduziu o emprego vitalício para cerca de 25% de sua classe trabalhadora, hoje ameaça extingui-lo, para adequar-se à competitividade que reemerge do Ocidente “toyotizado”. Depois de desestruturar o Terceiro Mundo e eliminar do mapa os países pós-capitalistas do Leste Europeu, a crise chega ao coração do sistema produtor de mercadorias. E quanto mais se avança na competitividade intercapitalista, quanto mais se desenvolve a tecnologia concorrencial, maior é a desmontagem de inúmeros parques industriais. Da Rússia à Argentina, da Inglaterra ao México, e de novo passando pelo Brasil, os exemplos são abundantes. Com repercussões arrasadoras no enorme contingente de força humana de trabalho