A luz é um signo, o signo é a cena.
A luz é um signo, o signo é a cena. Tudo que se coloca em cena é signo, segundo os estudos da semiótica de Charles Peirce, signo é “qualquer coisa, que representa qualquer coisa, que pode significar qualquer coisa”. Dessa forma, todo e qualquer signo, ou seja, processo de comunicação pode ser tratado como cena. Por que não considerar então a luz com um signo? A luz trás efeitos para a cena que podem justificar ou até mesmo distorcer uma proposta cênica, isso vai depender da forma em que ela é utilizada. A luz e a cena devem ser entendidas não só como processos que se integram, como se uma completasse a necessidade da outra, mas sim como processos que se relacionam e como tendência de novos processos e de justificativa desses. Digamos que o espaço está sempre negociando com os fatores que o cercam, e essa troca promove interferência nos dois participantes. Poderíamos dizer que a luz e a cena se relacionam e se modificam em tempo real, permanentemente, uma agindo sobre a outra. A luz deve sim ser entendida como um processo separado, com suas características próprias, mas como um processo que deve fazer parte da construção da cena, isto é, a luz e a cena devem ser pensadas como um processo vivo. Luz e iluminação O termo iluminação vem sendo substituído, cada vez mais, na prática atual, pelo termo luz, provavelmente para indicar que o trabalho da iluminação não é iluminar um espaço escuro, mas, sim, criar a partir da luz (PAVIS, 1999:201).