A Liberdade

COMTE-SPONVILLE,André.1952, Apresentação da filosofia, cap.6, A liberdade,p. 65 a 75 ,Martins Fontes, 2002.

André Comte-Sponville, filósofo materialista, racionalista e humanista, nasceu em Paris, em 1952. Ex-aluno da École Normale Supérieure, foi professor de filosofia e por muito tempo mestre de conferências na Universidade de Paris I (Pantheón-Sorbonne), de onde saiu para se dedicar exclusivamente a escrever e a dar conferências fora da universidade.
Este é um texto relativamente pequeno que visa apresentar a liberdade sob uma ótica filosófica. O autor faz uma análise do tema proposto ao tempo em que utiliza citações de outros pensadores e exemplificações, que levam o leitor a fazer uma correlação da rotina, em suas ações, escolhas e pensamentos, à condição de ser livre. Comte afirma que “ser livre é fazer o que se quer”(p.65), mas observa que tal proposição pode ser entendida sob vários sentidos. Estes, apresentados como, liberdade de ação; liberdade da vontade (que se subdivide em espontaneidade do querer ou livre arbítrio); e a liberdade do espírito ou da razão, é que darão o tom ao texto, que ora ilumina, ora leva o leitor a questionar, pensar e às vezes até confundir-se um pouco acerca do tema, visto a profundidade e relevância do mesmo.
A liberdade de ação pressupõe a ausência de todos os obstáculos que impedem o movimento. Assim, a ação é possível, quando nada nem ninguém ofereçam impedimento para tal. O autor problematiza um pouco essa concepção observando que a liberdade de ação nunca é absoluta, pois sempre haverá obstáculos. Desse modo, ele relativiza-a ao inferir-lhe um sentido político, observando que o Estado é o primeiro limitador de tal liberdade, como também, único capaz de garanti-la, através das leis, que permitem ao cidadão o direito de ir e vir, coabitando com o outro, fortalecendo as relações sociais.
Somos livres para querer o que queremos? Ou, sou livre para querer outra coisa que não o que quero? Comte amplia sua