a Liberdade e o determinismo
“Os dados biográficos é que não posso arranjar, porque não tenho biografia. Nunca fui literato, até pouco tempo vivia na roça e negociava. Por infelicidade, virei prefeito no interior de Alagoas e escrevi uns relatórios que me desgraçaram. Veja o senhor como coisas aparentemente inofensivas inutilizam um cidadão. Depois que redigi esses infames relatórios, os jornais e o governo resolveram não me deixar em paz. Houve uma série de desastres: mudanças, intrigas, cargos públicos, hospital, coisas piores e três romances fabricados em situações horríveis – Caetés, publicado em 1933, S. Bernardo, em 1934, e Angústia, em 1936. Evidentemente, isso não dá uma biografia. Que hei de fazer? Eu devia enfeitar-me com algumas mentiras, mas talvez seja melhor deixá-las para romances.”
Abaixo, dados biográficos de Graciliano.
1892, 27/out: Graciliano Ramos de Oliveira nasce em Quebrangulo – AL, primeiro de dezesseis irmãos
1895, 23/jun: Muda-se com os pais para a Fazenda Pintadinho, em Buíque, sertão de Pernambuco
1899: Muda-se com os pais para Viçosa – AL
1904, 24/jun: Publica o conto Pequeno Pedinte, n’O Dilúculo, jornal do Internato Alagoano, de Viçosa-AL, onde estudava
1905: Muda-se para Maceió, onde passa a frequentar o Colégio Quinze de Março
1906, 01/fev: Redige o periódico quinzenal Echo Viçosense, que só teve dois números publicados em função do suicídio de seu mentor intelectual, Mário Venâncio, um dos redatores. Também publica sonetos na revista carioca O Malho, sob o pseudônimo Feliciano de Olivença
1909, 10/fev: Inicia sua colaboração ao Jornal de Alagoas, publicando o soneto Céptico, como Almeida Cunha. Neste jornal, publicou diversos textos sob vários pseudônimos, entre eles Soares de Almeida Cunha e Lambda, usado para trabalhos em prosa até
1913. Também colabora regularmente em O Malho, sob os pseudônimos de Soeiro Lobato e Soares de Almeida Cunha
1910, 27/out: No dia de seu 18º aniversário, passa a residir em Palmeira dos Índios – AL. Nesse