a justiça original e a queda
O Paraíso Terrestre: um jardim ameno, irrigado por quatro rios: o Fison, o Geon, o Tigre e o Eufrates; não significa um lugar determinado, mas tão somente o estado de harmonia e felicidade a que o homem foi elevado logo depois de criado; o rio é, para os antigos, símbolo de vida e fecundidade. Quatro é o número que designa a totalidade das coisas deste mundo; por conseguinte, quatro rios significam o bem-estar interior e exterior de que gozavam os primeiros pais logo após a criação.
A Justiça Original compreendia:
A filiação divina ou a graça santificante ou a elevação do homem à condição do filho de Deus, chamado a participar da vida e da felicidade do próprio Deus;
Os dons preternaturais, isto é, dons que ampliavam as perfeições da natureza: a imortalidade, ausência de sofrimentos, integridade, a ciência moral infusa.
A Bíblia menciona no paraíso duas árvores:
A árvore da ciência do bem e do mal designa um preceito ou um modelo de vida que daria ao homem a ciência ou a experiência concreta do que são o bem e o mal;
A árvore da vida dava ao homem o fruto da vida perpétua ou o sacramento da imortalidade.
O pecado dos primeiros pais
Em Gn 3, 1 entra em cena a serpente como "o mais astuto de todos os animais do campo“; a serpente era, para os cananeus (antigos habitantes da terra de Israel), uma divindade associada à fecundidade e à vida; a descrição da serpente paradisíaca assumia, para o israelita, o valor de admoestação contra a sedução dos cultos idólatras que cercavam a verdadeira religião.
Em Gn 3,6s está dito que os primeiros pais comeram da fruta proibida:
"No dia em que comerdes... os vossos olhos se abrirão e sereis como Deus, versados no bem e no mal" (Gn 3,5); o homem quis ser como Deus, capaz de definir o que é o bem e o que é o mal, sem ter que pedir normas ao Senhor;
A soberba é o pecado do espírito, o único que os primeiros homens, portadores da harmonia original, podiam cometer.