A JORNADA
(1Pedro 1.17-25)
1. OS TEMPOS DA NOSSA JORNADA
Ao escrever o que talvez fique como seu último livro, Billy Graham deu-lhe o título feliz de "A jornada". A expressão (também referida como "peregrinação" em outras versões) aparece em 1Pedro 1.17.
Gosto de pensar na minha vida nestes termos: como uma jornada. Numa perspectiva cristã, a vida é uma jornada (ou peregrinação) em três tempos: o primeiro tempo se deu antes da redenção pelo precioso sangue de Jesus Cristo; o segundo (que é o atual) teve início desde a nossa redenção pelo precioso sangue de Jesus Cristo; o terceiro ainda virá, após a nossa glorificação, a que prefiro chamar, neologisticamente, de celestialização, para indicar o tempo da glória em que as nossas vidas serão celestes (isto é, viverão na dimensão do céu, perfeitos na presença dAquele é já é perfeito).
Se nossa vida é uma jornada, ela é, ao mesmo tempo, tão essencial quando relativa. Pode soar paradoxal a convivência desses dois adjetivos (importante e relativa) e o é. Nossa vida é essencial porque nos foi entregue por Deus, tendo, portanto, nascido no céu, para que a desenvolvamos aqui. Deve ser vivida com temor. Nossa vida é relativa porque não termina aqui, porque vai continuar no céu, não devendo nós, então, nos apegar a ela aqui como se não fosse uma jornada. Deve ser vivida na perspectiva da flor, que é linda, mas vai desaparecer. O paradoxo termina aqui, para começar um mistério: quando uma flor desaparece, desaparece; quando uma vida humana desaparece, nasce na outra, onde tem início o terceiro tempo da nossa jornada.
2. TEMER PARA SER LIVRE
O apóstolo Pedro está preocupado (e nós devemos estar também) com a segunda etapa da nossa jornada. Quando, nos versos 23-24, ele cita Isaías 40.7-8 ("A relva murcha e cai a sua flor, quando o vento do Senhor sopra sobre eles; o povo não passa de relva. A relva murcha, e as flores caem, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre”), procura nos mostrar que não podemos nos apegar ao