A investigação
Aquilo era uma cena de crime e verdadeiramente eu não estava preparada para vê-la, meus olhos se fechavam mesmo sem minha permissão. Meu primeiro caso e fico paralisada, deplorável. Eu nunca seria uma boa policial se não conseguisse resistir a terrível cena que estava a minha frente. Eles eram somente crianças, por Deus! Você não tem sentimentos nem estomago, lembre-se disso Emma, eu repetia incessantemente isso para mim mesma.
Era uma cena horrível. No dia 20 de junho de 2013 os alunos da AEPRON impressionaram-se com aquele episodio: Na sala do terceiro ano “A” a cabeça do professor Manoel estava presa em um gancho no ar-condicionado, seu corpo retaliado estava no terceiro ano “B” e ainda no terceiro ano “A” encontrava-se uma mensagem na parede, “O workshop deu certo”.
O fato de eu, uma iniciante estar investigando este caso em uma escola, mais precisamente minha antiga escola, era realmente cômico, Manoel não foi meu professor eu não o conhecia nem de vista. Mas era A Escola, aquela me que ensinara todos os meus valores. Não pude evitar dançar quando meu chefe me presenteou com este caso, agora eu queria me enterrar bem fundo para não ver esta sala em que um dia eu estudei. Foi doloroso.
Sem digitais era o que a cena do crime me dizia, mas ela gritava que queria que eu encontrasse o culpado, e eu iria. Eu também tive meu workshop, me parece que as coisas mudaram por aqui. As últimas pessoas que o viram foram à turma do terceirão de 2013, 60 alunos, 60 crianças.
Falar com pessoas estranhas sempre foi difícil e meu distintivo não ajudava, era intimidante eu sabia, mas era o único jeito. Falei com a pessoa que quase sempre soube de tudo naquele lugar, David, o que me deu a direção de encontrar os alunos mais chegados a vitima.
Vitória foi a primeira, ela era gentil, porém quando encurralada se mostrou uma leoa, definitivamente ela era um suspeita, quando ela falava de seu professor seus olhos brilhavam de raiva, algo profundo e singelo