A invenção do amor
Muitas perguntas as ao longo da história sobre a natureza do amor, muitos tentaram defini-lo, mas escrever sobre o amor é uma tarefa árdua. E apenas os poetas, segundo Freud, chegaram perto de uma definição do amor, o estandarte de um grande contingente de mulheres. Sim, árdua porque ninguém sabe ao certo pelo que se apaixona, não costuma ser algo que acontece aos poucos, apaixonar-se é quase imperceptível, quando dá-se conta, o sujeito já está enamorado. E apaixonar-se é um acontecimento que ninguém esquece. Por isso que escrever sobre o amor é uma árdua tarefa que não tem início, meio ou fim. E, consultando ao poeta como nos sugere Freud em seu texto sobre feminilidade, Carlos Drummond de Andrade confirma que, para o sujeito apaixonado, o amor para quem o vive é um grande enigma a ser decifrado. Vejamos:
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça e com amor não se paga.
Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte, e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade http//: www.pensador.uol.com.br [Consultado em 29/03/2012] Escrever sobre o amor também é complexo, porque esta concepção humana é como os raios de sol de diferentes intensidades que pode brilhar quando é dia, mas também brilha quando é noite. Não há hora marcada para apaixonar-se, nem ocasião. Não importa se é dia ou noite, não importa se ao nosso alcance ou se fora dele, nem se ao menos se acreditamos em sua existência, porque o sol tal qual o amor é um fato consumado em todo o universo fazendo parte da sua estrutura. Tal qual a falta o amor é estrutural, porque é