A invenção da américa
EUDES MAURICIO GUIOTTO
FOZ DO IGUAÇU, 01 DE OUTUBRO DE 2012.
Nesse trabalho apresento uma breve análise da canção “Índios”, de Renato Russo, focalizando a relação com as “Cartas” de Pero Vaz de Caminha, dando ênfase a elementos específicos. A partir dessa análise, procuro demonstrar como relatos de cinco séculos atrás continuam relevantes na atualidade, e como silenciarão os aspectos negativos que até hoje permeiam a sociedade brasileira. Nos versos seguintes, o índio é retratado protagonista de uma cultura primitiva, inocente e apta para a dominação frente ao homem recém chegado.Podemos observar a construção da identidade de um povo que recebeu passivamente os invasores. Depois de vários meses navegando em mar aberto e na incerteza, tendo como companheiro de viagem o medo e a duvida constante, “o mundo acabaria após a linha do horizonte?”. Ao lermos as cartas de Pero Vaz de Caminha nos deparamos com relatos de homens comuns, com suas fraquezas e suas vulnerabilidade, fica difícil imaginar que também traziam maldade e cobiça. Mas quem sabe tais sentimentos sejam inerentes aos chamados homens civilizados, que se mostra, fica evidente quando confrontado com povos de cultura “inocente”. Quando fazemos uma leitura da música “Índios”, do musico Renato Russo e comparamos com os relatos feitos nas cartas ao rei Don Manuel, sobre o achamento do Brasil, fica mais fácil entender certos pontos. A terra em si, é de muitos bons ares, frios e temperados como os de Entre Doiro e Minho, porque neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo a aproveitar, dar-se-á tudo, por bem das águas que tem. - (Carta de Pero Vaz de Caminha-1500) “Explicar o que ninguém consegue entender, que o que aconteceu ainda está por vir e o futuro não é mais como era antigamente”- (Índios; Russo, Renato – 1986) Aqui fica evidente que após terem chegado e contatado as riquezas