A inutilidade do acordo ortográfico
Entrou em vigor o Decreto 6.583/08 que trata do chamado “Acordo
Ortográfico”.
As mudanças operadas por força de tal acordo acabaram por trazer uma série de problemas, algumas quase doem. O que é interessante é que não se sabe o que isso veio efetivamente beneficiar. Uns dizem que é para unificar a língua entre povos “Hermanos”; outros mais esperançosos acreditam que é um negócio chamado “intercâmbio cultural”. Há quem acredita que cairão as barreiras econômicas entre os Países signatários e que tal lei com fito de falar a onírica língua una.
Fico imaginando o custo que isso vai trazer e pensa quem vai pagar o pato? O contribuinte, claro! O material didático já impresso que poderia ser reaproveitado passará a ser um ilustre amontoado de livros novos sem nenhum aproveitamento que tem destino certo: o lixo. Para se ter uma ideia (e agora, idéia, tem acento ou não? Valha-me Deus!) Os dicionários transformaram-se em um útil peso de papéis vez que há divergência entre os mais importantes, ou usados: Houaiss, Aurélio e outros. Veja-se que coisa: o Houaiss e o Aurélio dizem que “tão-somente” tem hífen, o Sacconi o diz que não. E tem mais: qual o cristão que explica a ocorrência do hífen em guarda-chuva
e não em
mandachuva? Vou de Drummond: E agora José?
O pior de tudo é que antes do Acordo, vamos chamar de “antigamente”, havia três classes de falantes; às vezes até mais. Mas vamos contentar com três e dividí-las assim. i) Aqueles que escreviam corretamente e falavam certo. ii)
Havia aqueles que escreviam errado mas falavam certo, e por derradeiro, iii) aqueles escreviam errado e do ponto de vista gráfico falavam errado, mas do fonético falavam corretamente por via do “como se escreve se fala”. Vejamos:
Em i) o camarada escrevia lingüiça , com o trema - o que era quase um milagre, e ao falar flexionava o g.u., com a respectiva sonorização gui. Era certo! Em ii), o sujeito escrevia linguiça, sem o trema,