A interpretaçao das culturas
UMA DESCRIÇÃO DENSA: Por uma Teoria Interpretativa da Cultura
Clifford Geertz faz sua introdução destacando alguns conceitos da autora Susane Langer, que em seu livro Philosofy in a New Key, observa que certas ideias surgem com tremendo ímpeto no panorama intelectual, elas solucionam imediatamente tantos problemas fundamentais que parecem prometer também resolver todos os problemas fundamentais, esclarecer todos os pontos obscuros. A moda repentina de tal grande ideia que exclui praticamente tudo o mais por um momento, deve-se diz a autora ao fato de todas as mentes sensíveis e ativas se voltarem logo para explorá-la. Quando nos familiarizamos com a nova ideia, após ela se tornar parte do nosso suprimento geral de conceitos teóricos, nossas expectativas são levadas a um maior equilíbrio quanto as suas reais utilizações, terminando assim sua popularidade excessiva. Alguns pesquisadores depois de algum tempo se fixam nos problemas que a ideia gerou, tentando aplicá-la e ampliá-la onde realmente ela se aplica e onde é possível expandi-la, desistindo quando ela não pode ser aplicada e ou ampliada.
Talvez seja dessa forma que todos os conceitos científicos basicamente de grande importância se desenvolvem, esse padrão se confirma no caso do conceito de cultura, é através disso que surgiu todo o estudo da antropologia e cujo âmbito essa matéria tem se preocupado em limitar, especificar, enfocar e contiver. O conceito de cultura que o autor defende é essencialmente semiótico, ou seja, analisa as coisas e seus significados, acredita como Max Weber que o homem é um animal ligado a teias de significados que ele mesmo teceu, assume a cultura como sendo essas teias e a sua análise é, portanto não como uma ciência experimental em busca de leis, mais sim, como uma ciência interpretativa sempre a busca do significado. No que se relaciona com as ciências sociais, o operacionismo como um dogma metodológico nunca trouxe muito sentido,