A interpretação das culturas

Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Humanidades
Curso: Ciências Sociais
A INTERPRETAÇAO DA CULTURA
Clifford Geertz O conceito de cultura defendido por Geertz é essencialmente semiótico. “Acreditando como Max Weber, que o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo estas teias em sua análise, portanto, não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, a procura do significado”. Geertz ressalta que “se você quer compreender o que é a ciência, você deve olhar, em primeiro lugar, não para as suas teorias ou suas descobertas, e [...] não para o que os seus apologistas dizem sobre ela; você deve ver o que os praticantes da ciência fazem”.
Em antropologia ou antropologia social o que os praticantes fazem é a etnografia, é entendendo a sua pratica que se pode começar a compreender o que representa a análise antropológica como forma de conhecimento. A etnografia não se deve restringir aos métodos, mas, segundo o autor, deve ser uma descrição densa, que permite, como no exemplo da piscadela, distinguir qual dos indivíduos tem um tique nervoso e qual está fingindo ter. Portanto, usando as palavras de Geertz, o objeto da antropologia é “uma hierarquia de estruturas significantes”, em termos das quais determinados gestos, tais como a piscadela, não seriam percebidos ou interpretados tal qual a sua verdadeira forma. “A maior parte do que precisamos para compreender um acontecimento particular, um ritual, um costume, uma ideia, ou o que quer que seja está insinuado Omo informação de fundo antes da coisa em si mesma ser examinada diretamente”. A análise segundo Geertz é escolher entre estruturas de significação.
“O que o etnógrafo enfrenta, de fato (...) é uma multiplicidade de estruturas conceituais complexas, muitas delas sobrepostas e amarradas umas às outras, que são simultaneamente estranhas, irregulares e inexplícitas, e que ele tem que, primeiro apreender