A inspiração e a inerrância das escrituras
INTRODUÇÃO
Estamos convencidos de que um dos problemas fundamentais entre os cristãos do século 20 está na aceitação teórica (confessional) e pratica (vivencial) da Bíblia. Entendo, ainda, que qual quer dialogo teológico produtivo deve começar tendo a inerrância bíblica como um pressuposto essencial. Comecemos, pois, pela inspiração e inerrância das Escrituras, entendendo que a inerrância e a infalibilidade da Bíblia são decorrentes da sua inspiração.
1. ORIGEM E EMPREGO DA PALAVRA “CÂNON”
1. Origem da palavra
A palavra “cânon” é derivada de uma raiz semítica [assírio: Quanû; ugarítico: Qn; hebraico: Qâneh] “Qâneh” ocorre 61 vezes no antigo testamento e é sempre empregada no sentido literal (1 Rs14.15 ; Jô 40.21; Is 36.6; 42.3; Ez40.3, 5 – 7), significando “cana” (planta que era usada para medir e pautar), “balança” (IsI 46.6) e, também, “a cana para trançar os cestos, ou bastão reto”. A palavra grega καvωv é derivada da raiz hebraica “Qâneh”; a portuguesa “cânon” é proveniente do grego passando pelo latim “cânon”.
2. “Cânon” na literatura secular
A palavra καvωv é usada desde Homero (século 9 aC.), significando “qualquer coisa que pode ser segurada contra outra coisa afim de estica-la, enrola-la ou medi-la”. Como podemos ver nessas breves considerações a palavra “Cânon” foi usada em vários sentidos em diversas áreas; contudo, preservou o conceito de “regra”, “padrão”, “tabela” e “modelo”.
3. Uso eclesiástico da palavra “cânon”
1. No Novo Testamento A palavra “cânon” ocorre somente 4 vezes no Novo Testamento, sendo encontrada exclusivamente nas epístolas paulinas. Paulo a emprega em 2 Coríntios 10.13,15,16.
2. Nos Pais e concílios da Igreja
Os “Pais da Igreja” e alguns concílios usaram com certa freqüência a expressão “cânon”, para, via de regra, distinguir os ensinamentos da igreja cristã