A inferencia e a coerencia em Lingua Portuguesa
Edjôfre Coelho de Oliveira
Esp. em Ensino-Aprendizagem da Língua Portuguesa
O domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o domínio da língua como sistema simbólico utilizado por uma comunidade lingüística são condições de exercício de cidadania plena. Através da linguagem homens e mulheres se comunicam, têm acesso à informações, expressam e defendem pontos de vistas, partilham ou constroem visões de mundo, produzem cultura.
Aprender a ler não é só uma das maiores experiências da vida escolar como uma vivência única para todo ser humano. Ao dominar a leitura, abrimos a possibilidade de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, participar ativamente da vida social, alargar a visão de mundo, do outro e de si mesmo.
Toda língua é um patrimônio cultural, um bem coletivo. A maneira como paulatinamente nos apropriamos dela – com a mediação da família, dos amigos, da escola, dos meios de comunicação e de tantos outros agentes – determina, em grande medida, os usos que dela fazemos nas mais diversas práticas sociais de que participamos cotidianamente.
De acordo com Brito et al (2001), no ensino tradicional da Língua Portuguesa, talvez se ignorasse o fato de que a comunicação depende de certo grau de redundância e clareza, e que esse grau é variável, em função de ‘pistas’ sonoras, visuais, gestuais e referenciais presentes no texto. Na comunicação oral, por exemplo, organizada por elementos constitutivos diferentes da escrita, a clareza se consegue por meio da adequação à situação conversacional, porque o falante interage diretamente com seu interlocutor. Já na comunicação escrita, por não envolver fisicamente o interlocutor, a clareza e a eficácia dependem de sutilezas estruturais, gramaticais e estilísticas. Em termos práticos, podemos dizer que a exigência do leitor e do produtor de textos em língua materna e a exigência do nível de conhecimento da gramática em situação de uso torna-se