coesão e coerência

Ana Nilce Rodrigues Barasnevicius
Doutora em Linguística pela USP (2001), Mestra em Língua Portuguesa pela PUC-SP. Graduada em Letras pela UNIMARCO-SP. Professora universitária em instituições privadas de ensino superior da cidade de
São Paulo. Atua em Ensino a Distância desde 2005.

Coesão e coerência
Lembrando que o texto é uma unidade linguística concreta, percebida pela audição (oralidade) ou pela visão (escrita), é importante conhecer os mecanismos que constroem a textualidade, ou seja, os mecanismos de coesão e coerência que definem o texto como unidade de sentido.
Sendo assim, vamos observar o seguinte diálogo, encontrado na tira em quadrinhos Uma HQ
Furada de Pedro Angeli (1998):
– Quando meu filho pôs um piercing... dei a maior força.
– Aí, ele quis colocar outro e mais outro, e outro. [...]
– Achei todos legais, bonitos. [...] Mas eu alertei que ele poderia ter problemas. – Mãe!!!
– Chamou, filho?
– Enroscou de novo!
Na última fala do filho, o balão do quadrinho mostra o adolescente inteirinho enroscado em muitos piercings.
Veja que quando a mãe diz “aí, ele quis colocar outro e mais outro, e outro...”, o pronome ele s ­ ubstitui meu filho, dito na frase anterior e o pronome outro, substitui piercing.
A esse mecanismo de substituição de termos na frase chamamos coesão textual.
Além desse mecanismo de substituição de um termo anterior por outro, há também elementos que ligam as orações e os parágrafos, como se pode ver quando a mãe diz “mas eu alertei que ele poderia ter problemas”. A conjunção mas é um elemento de conexão entre as orações e indica que alguma coisa deu errada com o filho e os piercings. O escritor avisa, textualmente, o leitor de que algo saiu errado. Veja também que o pronome todos substitui piercings.
Portanto, a coesão textual deve ser vista como o conjunto das articulações gramaticais entre palavras, frases, orações, parágrafos e partes maiores de um texto, garantindo, assim, a sequência dos sentidos do