A independência da Nova Espanha

3 – No ano de 1808 as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram a península Ibérica, provocando a consequente abdicação do trono do rei espanhol Fernando VII em favor de José Bonaparte, a monarquia espanhola dos Bourbon entra no seu período de maior fragilidade. As consequências do desenrolar da guerra para as colônias espanholas são muitas, no plano político significou maior autonomia, a possibilidade pela primeira vez de súditos americanos da coroa espanhola controlarem sua agenda política, entre essas colônias, o Vice-reino da Nova Espanha. Após a abdicação as forças políticas mais dignas de legitimidade na Espanha são as cortes de Ovieda e Sevilha, ambas necessitavam do respaldo e apoio das outras regiões súditas da monarquia espanhola. Nessa conjuntura coube as forças políticas nas colônias decretarem apoio ou não as Cortes, mas na audiencia da Nova Espanha não se conseguiu chegar ao consenso de quem seria o representante legitimo na atual situação. Outro capítulo importante da realidade americana é a existência na Nova Espanha no início do séc. XIX de um conflito considerável de interesses, os criollos estavam descontentes com a sua condição de inferioridade em relação aos gachupines em obrigações fiscais, direitos civis e prerrogativas socioeconômicas. Assim, como mestiços e índios em relação as outras castas. Mas sem autonomia política para decidir esses elementos jurídicos dificilmente mudariam. Com a indefinição são levantadas propostas autonomistas pelo cabildo de Cidade do México, exortando o vice-rei José de Iturrigaray a assumir o controle do governo e convocar uma assembleia de cidades na Nova Espanha. Iturrigaray mostrou-se simpático à ideia, preocupando os grupos peninsulares e absolutista que eram contra qualquer indicativo de governo autônomo nas colônias, qualquer indicativo de risco ao domínio espanhol.
A decisão dos absolutistas foi afastar o vice-rei do poder e prisão para os líderes dos autonomistas. Assumem o governo e até setembro