A Imprensa No Segundo Reinado
Durante o Segundo Reinado (1840-1889), o Brasil manteve-se como uma sociedade essencialmente rural, com a produção baseada na mão-de-obra escrava e com uma estrutura política conservadora. Ao final do Império, 90% da população viviam na área rural e 85% eram analfabetos. Porém, jornais desenvolviam-se e neles eram publicados críticas ao monarca, que vinham acompanhadas de caricaturas com o objetivo de deboche e não havia repressões, ao contrário do que ocorreria com as publicações monarquistas, após a Proclamação da República.
O desenvolvimento dos jornais intensificou-se na segunda metade do século XIX e a maioria dos diários fundados no século XIX deixou de circular. Permanecem em circulação os cariocas Jornal do Brasil (Rio de Janeiro) e O Fluminense, entre outros. O Império, que até então se limitara a jornais políticos, voltados para a atividade comercial e de informação geral, ampliou-se com o surgimento dos periódicos ilustrados, como A Semana Ilustrada (1860). As principais lideranças políticas e intelectuais debateram pelos jornais até que, num intervalo de 18 meses, a monarquia escravista desse lugar à república de homens livres. Na década de 1850, o Brasil entra na era das ferrovias e das telecomunicações. Esse sistema facilitou a distribuição dos jornais nas regiões de maior população e mais intensa atividade econômica e rapidez no fluxo de informações destinadas às redações pelas linhas telegráficas.
O telégrafo elétrico foi introduzido no Brasil em 1852 ligando o Palácio Real da Quinta da Boa Vista ao Quartel General do Exérci-to e não era de acesso público. Nos anos seguintes, a rede operada pela Repartição Geral dos Telégraphos foi ampliada com 172 estações entre o Pará e o Rio Grande do Sul e ramificações para cidades do interior de diversos estados. Essa rede nacional foi interligada ao cabo submarino que partia de Londres e chegava a Recife. O custo e as condições de transmissão não favoreciam o envio de