Evaristo da Veiga
Revolucionario até o 7 de Abril, não duvidou em se tornar reacionário, sacrificando com abnegação todo o seu prestigio e popularidade, quando viu ser preciso que assim o fizesse para salvar da ruina a patria e a sociedade. A revolução que fomen¬tára, tivera na abdicação um desfecho inesperado; soube então, o ilustre fluminense, dar-lhe uma contra-marcha tão decisiva que, com ela, salvou o equilíbrio das instituições, ameaçado pelos excessos da demagogia.
Nasceu Evaristo Ferreira da Veiga na cidade do Rio de Janeiro, aos 8 de Outubro de 1799. Era filho do mestre-escola Luis Saturnino da Veiga, “português de principios rígidos e auste¬ros”, segundo a frase de um dos seus biografas. Educado pelo pai, cedo mostrou o seu pendor literario escrevendo alguns ver¬sos e canções, citando-se entre eles o Hino da independencia.
Empregava Evaristo a sua actividade em uma pequena li¬vraria no Rio de Janeiro, quando os sucessos que marcaram a decadencia do primeiro reinado exaltaram o seu patriotismo, fa¬zendo-o ingressar, com calma e serenidade, nas lutas em que se debatia a nação.
Dotado de espirito liberal e culto, visão lúcida e penetrante, compreendeu Evaristo da Veiga que sómente pela tribuna ou pela imprensa poderia desempenhar o papel de condutor da opi¬nião publica, que lhe estava reservado.
Antes de Evaristo, a imprensa, reflectindo as agitações dos primeiros anos da independencia, era bombástica e demagogica. Os partidos agrediam-se brutalmente pelos seus jornais, e a lin¬guagem pecava por excessiva e grosseira nas folhas oposicionis-tas,