A importância da relação terapêutica na prática clínica
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Débora Dias
“As pessoas aprendem a interagir interagindo, e não lendo sobre interação.”
(Kahn & Cannel, 1957)
Embora a capacidade para se relacionar seja uma habilidade selecionada para a garantia da espécie, saber se relacionar não o é. As relações interpessoais tem grande relevância na vida social e na construção do aprendizado do ser humano.Aprender comportamentos relacionados à interação, embora não seja uma tarefa fácil, é possível, pois possibilita a capacidade para desenvolver relações sociais mais saudáveis e duradouras. No entanto, algumas pessoas buscam a psicoterapia com queixas geralmente relacionadas às dificuldades interpessoais. Para tanto, a literatura analítico comportamental discute possíveis ferramentas que podem ser utilizadas durante o processo terapêutico com o objetivo de promover o autoconhecimento do cliente e, assim, ajudá-lo a aprender novas formas de se relacionar. Em 1953, Skinner discorreu sobre uma das características essenciais para que uma relação terapêutica fosse satisfatória: o terapeuta deveria se constituir como uma audiência não-punitiva. Sendo assim, o terapeuta, então, deve aceitar as particularidades (positivas e negativas) das pessoas que o procuram. Tal conclusão é bastante clara, pois, aqueles que estão sofrendo e buscam terapia, provavelmente o fazem porque são punidos de algum modo em algum contexto de sua vida. A aceitação incondicional do terapeuta possibilita mostrar ao cliente que ele pode ser ele mesmo, falar o que precisar e não ser punido por tal comportamento. A liberdade proporcionada pelo vínculo de intimidade na terapia tem a possibilidade de fazer com que cada vez mais os comportamentos punidos pela comunidade verbal do cliente apareçam.
Um aspecto importante da relação terapêutica é o vínculo. Neste, cada cliente é único em sua maneira de se vincular. Uma das tarefas do terapeuta é