A imensidão íntima
A IMENSIDÃO ÍNTIMA
Trabalho realizado pelo aluno José dos Santos Batista no âmbito da Disciplina 5937 Filosofia do Habitat
INTRODUÇÃO
Gaston Bachelar, autor do livro A Poética do Espaço pretende “examinar imagens bem simples, as imagens do espaço feliz” (1993, p. 19), assim como que uma glorificação do espaço/casa ao dizer-nos que “há um sentido em tomar a casa como um instrumento de análise para a alma humana” (2005, p. 20). Por isso a escolha de espaços íntimos (casa, quarto, cantos...) que participam da vivência humana, para desencadear sentimentos e lembranças. Esta obra é extremamente poética, sobre as imagens desapegadas a partir de diferentes espaços visitados pela leitura do livro. Este trabalho pretende centrar-se no capítulo VIII – A imensidão íntima, pelo que no seu caminho irá aflorar outros dois capítulos, “O ninho” e “A concha” para mais fácil compreensão e poder chegar ao seu destino.
DESENVOLVIMENTO
Através do espaço pode-se chegar a uma fenomenologia da imaginação, ou seja, conhecer a imagem na sua origem, na sua pureza, e na sua essência. Com isto, o autor, que é fenomenólogo, mostra-se partidário do estudo de várias disciplinas, unindo Literatura, Filosofia e Psicologia. Simultaneamente em que se vale de diferentes disciplinas para chegar à fenomenologia da imagem, critica-as por não tomarem a imagem isoladamente. A psicologia e a psicanálise são atacadas por darem excessiva consideração à causalidade, mas também por pretender “incessantemente descrever os seus sentimentos” (1993, p. 8), no caso do psicólogo, ou por intelectualizar, tentar perceber e analisar a imagem, no caso do psicanalista. O crítico literário também é alvo dos juízos do autor, que o considera ser como “um leitor necessariamente severo” (1993, p. 9), assim como o filósofo que tenta sempre explicar o mundo como um todo, sem entender que o mundo está nas pequenas coisas. Bachelard é admirador da arte pela arte, do entregar-se completamente ao