A imagem da mulher na literatura romântica
Romantismo e atualidade: a mulher
O Romantismo foi um período extremamente rico para a literatura de diversos países; durou muito mais tempo do que a maioria das outras escolas literárias, e contou com diversos autores. Porém, haviam certas características comuns a eles – logicamente, uma vez que são todos considerados românticos. Entre essas semelhanças estava a idealização feminina, tanto fisicamente quanto em relação à personalidade.
Exemplificando:
"A fisionomia, cuja expressão habitual era toda modéstia, ingenuidade e candura, animou-se de luz insólita; o busto admiravelmente cinzelado ergueu-se altaneiro e majestoso; os olhos extáticos alçavam-se cheios de esplendor e serenidade; os seios, que até ali apenas arfavam como as ondas de um lago em tranquila noite de luar, começaram de ofegar, túrgidos e agitados, como oceano encapelado; seu colo distendeu-se alvo e esbelto como o do cisne, que se apresta a desprender os divinais gorjeios. Era o sopro da inspiração artística, que, roçando-lhe pela fronte, a transformava em sacerdotisa do belo, em intérprete inspirada das harmonias do céu". (“A Escrava Isaura”, Bernardo Guimarães). "Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longo que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como sue sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado."
(“Iracema”, José de Alencar).
"...essa criança era muito bonita, seus cabelos brilhavam como ouro, e apesar da pobreza de suas roupas, parecia que colocaram uma coroa em sua cabeça. Sua sobrancelha era limpa e larga, seus olhos azuis pareciam nuvens, e seus lábios e sua face moldada era expressão de sensibilidade e doçura que ninguém poderia imaginar sem ter olhado para ela; um ser divino, e carregando uma marca celestial em todas as suas qualidades." (“Frankenstein”, Mary Shelley). Um destaque ao fato do último trecho citado pertencer a um livro escrito por