Tracos romanticos na obra romantica de jose de alencar
Autor: Sandra Santos
RESUMO
A presente pesquisa partiu do interesse em se estudar o fenômeno de emancipação feminina que se reflete na literatura, a partir do século XIX através de José de Alencar. Verifica-se, pois que na história da literatura há uma antecipação do estilo literário denominado realismo, quando José de Alencar nos apresenta uma dualidade comportamental e psicológica na personagem Aurélia Camargo, da obra romântica Senhora de 1875, a qual possui características que além de adiantarem o realismo brasileiro, também demonstram um avanço no comportamento das mulheres daquela época, contribuindo assim para um estudo mais sistematizado sobre o processo de emancipação feminina que ainda passa por entraves sociais.
Palavras-chave: romantismo, realismo, emancipação-feminina
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa partiu do interesse em se estudar o fenômeno de emancipação feminina que se reflete na literatura, a partir do século XIX através de José de Alencar. Todavia, cabe antes fazer uma ressalva de que a literatura é o espaço da ficção onde encontramos representações exageradas. Ela permite, assim, ao escritor inventar e reinventar pessoas, lugares e situações. Baseando-se nessa informação, pode-se verificar que a mulher romântica até o século XIX era caracterizada pela fragilidade diante da autoridade masculina. Mas, este perfil começou a mudar em Aurélia Camargo, personagem da obra Senhora, de 1875, escrita por José de Alencar. É o começo da libertação feminina, um pequeno passo que levará a mulher a conquistar seu verdadeiro espaço na sociedade moderna. O intuito aqui é mostrar que Aurélia Camargo possui um perfil psicológico revolucionário, adiantando certas características do realismo que não são condizentes com o período do qual faz parte, o Romantismo. No entanto, antes de qualquer comentário sobre a obra, faz-se necessário situarmo-nos no período histórico em