A IMAGEM COMO IMAGEM DA MÍDIA
Partindo do sentido comum, das utilizações convencionais e repetidas do termo "imagem", emprego contemporâneo do termo "imagem" remete, na maioria das vezes, a imagem da mídia. A imagem invasora, a imagem onipresente, aquela que se critica e que, ao mesmo tempo, faz parte da vida cotidiana de todos é a imagem da mídia. Anunciada, comentada, adulada ou vilipendiada pela própria mídia, a "imagem" torna-se então sinônimo de, televisão e publicidade.
Os termos não são, contudo, sinônimos. A publicidade encontra-se decerto na televisão, mas também nos jornais, revistas, nas paredes das cidades. Tampouco é unicamente visual. Existe, por exemplo, a publicidade radiofônica. Porém, a imagem da mídia é representada principalmente pela televisão e pela publicidade visual. Assim, uma coluna diária do jornal Le Monde, batizada "Imagens", comenta as transmissões da televisão. O subtítulo de um colóquio recente consagrado à televisão era "Poder e ambigüidade da imagem". Alguns semanários não especializados comentam com regularidade as publicidades sob a rubrica "Imagens". As transmissões de televisão são reproduzidas pela imprensa escrita ou ainda pelo rádio na qualidade de "imagens".
Isso se explica pela própria natureza de mídia da televisão e da publicidade, que se dirigem ao grande público. Todos as conhecem. Elas utilizam muito bem as imagens. No entanto, o amálgama imagem – televisão – publicidade mantém um certo número de confusões prejudiciais à própria imagem, à sua utilização e compreensão.
A primeira confusão é incorporar suporte a conteúdo. A televisão é um meio, a publicidade um conteúdo. A televisão é um meio particular capaz de transmitir a publicidade, entre outras coisas. A publicidade é uma mensagem particular capaz de se. materializar tanto na televisão quanto no cinema, tanto na imprensa escrita quanto no rádio. Com a repetição, contudo, a confusão, que não parece muito séria, nem de fato fundamentada. (afinal, sabe-se