A identidade cultural na Pós-Modernidade
Autor: Stuar Hall
A relevância do debate sobre a cultura para estudar movimentos juvenis como tribos urbanas é inegável. Afinal, as velhas identidades que por muito tempo se perpetuaram no mundo social estão em declínio. Novas identidades surgem a cada dia, fazendo com que o sujeito moderno seja fragmentado e provido de sentimentos culturais que medeiam a constituição contínua de uma identidade. Agora, o indivíduo precisa se sentir pertencente, parte de uma comunidade, reconhecido ou sendo o reflexo de uma identidade nacional.
Entrelaçada em uma trama global, a fluidez de relações, do real e do tempo faz com que a identidade seja o resultado de sujeitos líquidos constituídos na pós-modernidade. Um fruto da identidade nacional, uma ficção que conseguiu incorporar, após um longo processo de investimentos políticos e símbolos, a naturalidade ao nascimento.
O cenário líquido-moderno não engloba apenas a questão da “identidade nacional” como já citada acima, em que é embutida ao nascimento do indivíduo e tornando-se uma verdade. Esse panorama ultrapassa processos de precarização dos padrões de emprego e rotinas de trabalho, reconstruindo as funções sociais do Estado, produzindo no indivíduo insegurança e ansiedade, bem como uma desarticulação das demandas pela procura por políticas sociais.
Para estabelecer este caminho percorrido pela identidade até a pós-modernidade, traçaremos uma linha do tempo que mostrará a identidade desde o sujeito do Iluminismo, em que a ideia de sua concepção ainda se mostrava precária em relação à era que vivenciamos, a pós-moderna líquida1.
Ao longo do tempo, a concepção de identidade foi sofrendo modificações. Havia o que era conhecido como o sujeito do Iluminismo, que estava baseado na pessoa como um ser centrado que trabalha com sua razão e com seu centro essencial, que é o “eu”. Ou seja, o indivíduo concebia a identidade ao nascer e durante sua vida ela não sofreria