a ideia de deus em descartes
E, a propósito de tal ideia, ele se pergunta se é puramente subjetiva ou se não deve ser considerada ao mesmo tempo subjetiva e objetiva. Trata-se do problema da existência de Deus, não mais proposto a partir do mundo externo ao homem, mas a partir do próprio homem, ou melhor, de sua consciência. Pois bem, falando dessa ideia com tais características, diz Descartes:
"E uma coisa manifesta, por luz natural, que deve haver pelo menos tanta realidade na causa eficiente e total quanto no seu efeito: porque, de onde o efeito poderia extrair a sua realidade senão de sua própria causa, e como essa causa poderia transmiti-la ao efeito se não a tivesse em si mesma?"
Ora, proposto tal princípio, fica evidente que o autor dessa ideia que esta em mim não sou eu, imperfeito e finito, nem qualquer outro ser, da mesma forma limitado. Tal ideia, que está em mim, mas não é de mim, só pode ter por causa adequada um ser infinito, isto e, Deus. A própria ideia inata de Deus pode propiciar uma segunda reflexão, que comprova o resultado da primeira argumentação.
Se a ideia de um ser infinito que esta em mim fosse minha, não me teria eu feito perfeito e ilimitado e não, ao contrario, um ser imperfeito, como resulta da duvida e da aspiração nunca satisfeita é felicidade e a perfeição? Com efeito, quem nega o Deus criador por esse próprio fato esta se considerando um autoproduto. Ora, nesse caso, tendo a ideia do ser perfeito, então nos teríamos dado todas as perfeições que encontramos na ideia de Deus. E isso é desmentido pela realidade.
Por fim, detendo-se nas implicações dessa ideia, Descartes formula um