A hierarquia na vida militar
A hierarquia é uma conseqüência normal na vida das pessoas. Ela está presente na família, escola, trabalho e sociedade. Não há como se furtar de sua influência. A palavra hierarquia, segundo o magistério do maior professor de Direito Administrativo, José Cretela Júnior, foi formada artificialmente sobre as bases fornecidas pelo grego hierós, sagrado, e arkia, comando. Assim passou hierarquia (comando sagrado) da linguagem religiosa para a profana1 (particularmente a profana) e, desta, para a terminologia do direito público, acumulando os sentidos de comando, subordinação, escalonação, dependência. O hierarca, o sumo sacerdote, dava unidade à religião, resolvendo dúvidas que eram acatadas pelos fiéis. No campo jurídico, o superior hierárquico, também fixa as normas que deverão ser seguidas pelos subordinados. Na vida castrense, hoje muito se tem discutido e até se defendido a idéia de se abandonar essas estruturas, com o que não podemos, de maneira alguma, concordar. Ao militar, o escalonamento é particularmente indispensável, pois trabalha com comando, com tropa e se a idéia for aceita e a hierarquia deixada de lado, teremos, posso afiançar, um bando de policiais e não de policiais-militares, sem qualquer direção e a baderna estará hospedada em todas as Instituições militares. A Polícia Militar é uma grande pirâmide, cujo vértice é ocupado pelo superior em torno do qual se vão dispondo em graus, cada vez mais baixo, os demais milicianos, até a base, que se constitui no front dessas Organizações. Ali estão os pontas de lança, os homens que mais decidem, que mais gerenciam crises e, por isso mesmo, necessitam ser escravos da lei. Ao Estado não é permitido marginalizar-se para debelar o crime, para garantir a sensação de segurança (já que segurança é utopia). Por isso a submissão aos ditames da hierarquia são absolutamente indispensável, notadamente entre os que fazem o parto nas viaturas, que socorrem os