A herança da era das revoluções à posteridade
Toda revolução, como o próprio nome propõe, sempre traz algo de novo. Este fato não está somente relacionado ao sentido literal da palavra, mas também às atitudes e ideais que impulsionam um movimento revolucionário, aos fatores que levam o homem, em geral, a desejar mudanças, sejam elas parciais ou profundas.
A era das Revoluções não abre exceção a esta lógica. Entre a metade do século XVII e o começo do século XIX, a sociedade viveu em desequilíbrio com as desigualdades sociais e a hierarquia rígida dos Estados absolutistas que acarretou sérias crises, como na França em 1788, quando se deus do esvaziamento do tesouro real. A partir de então, o berço da Revolução Francesa que insurgiu com força, baseada nos ideais e filosofias iluministas, inicia um processo de formatação de leis, onde o próprio monarca submetia-se a elas, propondo a igualdade jurídica e o ideal de nação.
Entre as transformações que ocorreram neste período, podemos destacar algumas das principais que herdamos do Iluminismo e das Revoluções burguesas a separação dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário); os governos representativos eleitos pelo voto; a ideia de instituição do Parlamento, que limita o poder do governante; o modelo de governo constitucional; a ideia de liberdade de expressão, política, econômica, religiosa; o ideal de nação, bem como os hinos e as bandeiras nacionais; a Declaração dos Direitos Humanos (Direitos Universais).
Sem dúvida, a inauguração do mundo contemporâneo foi marcada por inovações que persistiram até hoje. Porém, a desigualdade social não deixou de existir, mesmo com as revoluções. Isto decorre, principalmente, do fato da ascensão da burguesia – especialmente da alta burguesia – que, a partir de então, o poder que era atribuído aos reis absolutistas, passa para as mãos de um ditador, governando e regendo a sociedade com soberania. Logo, a reação aos privilégios nobiliárquicos, que a princípio impeliu a