Direito
Hannah Arendt e a Revolução Francesa
Resumo
O artigo trata, em primeiro lugar, das observações feitas por Arendt em Sobre a Revolução a respeito dos acontecimentos que mudaram a França no final do século XVIII. Damos destaque ao fato de que ela procura entender a Revolução
Francesa, sobretudo, a partir das posições de Robespierre, e de suas ligações com o pensamento de Rousseau. Reconhecendo as limitações historiográficas do livro, procuramos mostrar que a grande contribuição que ele dá ao pensamento político contemporâneo é sua afirmação de que toda fundação de um novo regime de leis depende não apenas de sua tradução na forma de uma Constituição, mas também de seu enraizamento simbólico e imaginário. Essa afirmação nos leva à conclusão de que não há para Arendt uma ciência da fundação como pretendem alguns positivistas jurídicos do século XX.
Palavras-chave: Revolução francesa . Robespierre . Rousseau . fundação .
constituição
Abstract
This article analyses, initially, the observations about French Revolution in Arendt’s
On Revolution. We pay attention to the fact that she tries to understand the events from de point of view of Robespierre and Rousseau’s philosophy. Even if we recognize the historiographical problem of her book, we try to show that she gives a great contribution to contemporary political philosophy with her theory about foundation of new political regimes as creation of a new Constitution. We should notice also
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Professor do Departamento de Filosofia da UFMG. Bolsista de Produtividade do CNPq.
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Newton Bignotto
that the recognition of symbolic and imaginary aspects of the process of creating new laws is an important part of her theory. This observation led us to conclude that, for Arendt, there is no science of foundation as we found in some positivist thinkers in the XX century.
Key-words: French revolution . Robespierre . Rousseau . foundation .
constitution
Quando foi