A guerra do fogo
É possível que muitos de nós tenham feito visitas a museus de história natural ou que tenham passado horas observando reproduções de desenhos rupestres sem fazer muita idéia do que afinal havia ali para ser visto. Que diabos tinham aqueles rabiscos de mais?
Mas, graças a professores menos ortodoxos, é igualmente possível que alguns de nós tenham tido a sorte de esbarrar na escola com o filme A Guerra do Fogo; o maior e único clássico do cinema sobre o assunto, aquele em que passou na única aula sobre pré-história em que você (quase) não dormiu. Diante da superprodução 10 000 a.C., dos mesmos produtores de Independence Day e The day after tomorow, prometedor de uma nova visão sobre a era pré-histórica (se não uma visão correta, ao menos mais empolgante), a película francesa vale aqui uma revisita.
Parece que os milênios de anos não têm sido suficientes para trazer ao interesse da cinematografia os nossos ancestrais ocupantes de cavernas; salvo ligeiras aparições ou referências como em 2001, Uma Odisséia no Espaço ou Planeta dos Macacos, o assunto tem sido sistematicamente relegado àqueles filmes típicos de meio de tarde sob títulos como "Meu amigão das cavernas", ou seja, esboços nublados de pouca intenção didática. Há ainda A Era do Gelo e umas dúzias de documentários: o primeiro peca pela superficialidade teórica necessária num desenho animado e o outro pelo excesso de erudição e pelo ritmo pouco atraente para a maioria. Mas, ainda que 10.000 a.C. tenha um orçamento milionário