A GESTÃO DO FLUXO ASSISTENCIAL
João Marcelo Barreto Silva
Introduzir ações de regulação em um sistema de saúde requer um diagnóstico apurado de uma série de processos e fluxos que estão necessariamente ligados à assistência, às ações de controle e de avaliação. Inicialmente, deve-se conhecer a estrutura do processo assistencial na atenção básica, buscando apurar o conhecimento sobre o perfil epidemiológico da população, fator decisivo na definição de prioridades para as ações reguladoras. Levantar e mapear a população que este sistema de saúde pretende atingir, os seus fluxos, conhecer a abrangência da Estratégia de Saúde da Família e a situação cadastral dessa população, também têm um papel importante nas ações de planejamento da regulação. O levantamento da estrutura, fluxos e capacidade resolutiva da atenção básica, por si, já embasa a montagem do processo regulatório intrínseco a própria atenção básica, que corresponde fundamentalmente à implantação do agendamento das consultas básicas (clínica, pediatria, gineco-obstetricia) e de outros procedimentos básicos. As bases cadastrais qualificadas e fidedignas (CADSUS e CNES), junto ao levantamento dos fluxos e ao diagnóstico epidemiológico consistem num importante instrumento de regulação, pois, não só subsidiam adequadamente o processo de planejamento das ações e o controle mais eficaz do processo assistencial, como também viabilizam os fluxos referenciados para a média e alta complexidade, permitindo a alocação adequada dos recursos assistenciais, com foco nas prioridades e na garantia da integralidade e das linhas de cuidado. Os cadastros, fluxos e o perfil epidemiológico, associados às ações de regulação do acesso, são ferramentas necessárias também para a garantia dos pactos de programação assistencial entre municípios, ou Programação Pactuada e Integrada – PPI. O mapeamento dos fluxos e da abrangência das ações básicas é necessário também