A geografia das indústrias
O novo dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, define indústria, no sentido econômico do termo, como a “conjugação do trabalho e do capital para transformar a matéria-prima em bens de produção e consumo”. Sem a indústria, as sociedades teriam uma capacidade muito limitada de transformar a natureza, e seria inviável o abastecimento de grandes contingentes populacionais com os bens necessários e úteis ao dia-a-dia.
A indústria nem sempre teve as feições ou as características que apresenta hoje. Antes da indústria moderna, a produção dos bens necessários ao dia-a-dia era feita manualmente --- essa foi à longa fase do artesanato e da manufatura, que se estendeu desde a Antiguidade até a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII. O processo de industrialização intensificou-se após o surgimento da primeira máquina a vapor, desenvolvida pelo inventor escocês James Watt, entre 1765 e 1775, dando início à maquinofatura. Somente algumas décadas depois, porém, as fábricas passaram a usar intensamente as máquinas, mas o desenvolvimento da industrialização não ocorreu de modo análogo em todo o planeta: ainda hoje o fenômeno industrial continua de certa forma, circunscrito a alguns lugares, com destaque para os países do Hemisfério Norte, como podemos verificar no mapa a seguir. Até pessoas que nunca viram uma fábrica, por residirem em áreas distantes das industrializadas, já consumiram ou consomem algum tipo de produto industrializado. A indústria, mesmo ainda restrita a poucos lugares do planeta, estabelece uma teia de relações em âmbito local, regional e mundial. Ainda resta, contudo, a pergunta: Por que a indústria é uma atividade bastante concentrada espacialmente? Ocorre que as condições necessárias para essa concentração --- chamada de fatores locacionais --- estão irregularmente distribuídas no planeta. E quais são esses fatores? Por que alguns países se industrializam e outros não?
FATORES