A Filosofia de René Descartes
René Descartes (1595.1650) é considerado o iniciador da Filosofia Moderna. Na sua obra “O Discurso do Método” assim como nas “Meditações Metafísicas” encontramos expressa a preocupação com a procura de um conhecimento verdadeiro, o qual só se encontrará pressupondo a utilização de um método adequado. Descartes estava convencido de que o Homem é capaz de tirar do seu próprio espírito o desenvolvimento completo da Ciência. A razão é, portanto, a principal fonte do conhecimento verdadeiro, ou seja, o conhecimento necessário e universalmente válido. O método
Toda a Ciência é “um conhecimento certo e evidente” e as verdades dignas de tal nome são as da Aritmética e da Geometria. Toda a verdade deve, por isso, assemelhar-se. Na sua procura do conhecimento dos fundamentos da Ciência Descartes descobre que talvez seja possível seguir um método inspirado na Matemática uma vez que as suas proposições têm um carácter evidente e têm origem exclusivamente na Razão. O método é uma necessidade essencial e fundamental. Não se trata apenas de um conjunto de regras para produzir conhecimentos, exteriores aos conhecimentos produzidos. Ao contrário, o método é o próprio processo ou acto de invenção da verdade e da ciência. É porque o espírito é metódico no seu funcionamento e porque a própria verdade e ciência se revelam metódicas, que o método se torna necessário para quem queira investigar a verdade das coisas.
As operações do espírito ou as vias da constituição da Ciência
Para Descartes não há senão duas vias pelas quais se pode se pode chegar ao conhecimento certo das coisas. Essas duas vias correspondem a outra tantas operações da razão. São elas: a intuição e a dedução. A intuição é um acto de apreensão directa e imediata de noções simples, evidentes e indubitáveis. A intuição é instantânea. É um puro olhar do espírito dirigido a objectivos de natureza intelectual que imediatamente são apreendidos na sua evidência e captados pelo