A família no século xx
Sendo assim, para além do predomínio do homem, pode-se dizer que a família monogâmica está diretamente ligada com a existência da propriedade privada estando esta sob o controle do homem.
Na família monogâmica destaca-se, em relação às formas familiares anteriores a ela, uma solidez muito maior dos laços conjugais, que já não podem ser rompidos por vontade de qualquer das partes, só o homem é que tem o direito de rompê-los. Ao homem da mesma forma se dá o direito da infidelidade conjugal. A mulher não é mais do que a mãe dos filhos legítimos de seu marido, aquela que cuida da casa e vigia as escravas, transformadas na maior parte das vezes pelo marido em concubinas.
De acordo com Engels a monogamia foi a primeira forma de família que não surge por condições naturais, mas sim econômicas, perpetuando a superioridade da propriedade privada sobre a comum primitiva. A partir desse ponto de vista fica claro que a monogamia não é fruto de um amor sexual individual, mas sim, da superioridade econômica da propriedade privada sobre a propriedade comunista primitiva.
É da família monogâmica que descende diretamente o patriarcalismo que deixa de se expressar unicamente no interior da família para se expressar em todos os níveis das relações sociais, uma vez que os valores familiares refletem a cultura do sistema social no qual a família está inserida, exatamente por ser produto deste mesmo sistema, e, portanto qualquer violação aos valores “morais” estabelecidos pela família são condenados por todo o conjunto da sociedade.
Durante séculos e atravessando toda a história recente da humanidade, o patriarcalismo, tem regido os costumes e relações interpessoais da sociedade, legitimado pela existência da