A família no contexto da industrialização
Um olhar para a família da classe trabalhadora.
No período em que a sociedade vive a chamada Revolução Industrial, ocorre uma mudança significativa na rotina das pessoas. Apesar das famílias formalmente manter a mesma estrutura, na prática ela sofre grandes alterações. Se a família do homem do campo era estabilizada há muitas e muitas décadas, com o processo de modernização da agricultura e o desenvolvimento da produção industrial ocorrem muitas mudanças.
Com o êxodo rural, as famílias se estabelecem na cidade, e, com isso novos hábitos e costumes são incorporados à estrutura familiar do século XIX.
O pai continua sendo o chefe do lar, mas a família não é mais a mesma. Se antes ele estava presente e acompanhava todos os acontecimentos familiares, na vida urbana ele passa a ficar longas jornadas distante de sua família.
As famílias não moram mais isoladas uma das outras. Ao contrário da vida rural, agora as habitações são próximas uma das outras, a convivência familiar propriamente dita é substituída, em grande parte, por uma vida mais social. Uma família se inteira mais facilmente dos acontecimentos das outras famílias e tudo passa a ficar mais vulnerável.
O pai trabalha longas jornadas de trabalho longe de casa, e quando retorna ao lar geralmente está exausto do trabalho na fábrica e não tem mais nem tempo nem disposição para zelar de perto de sua família.
A mãe muitas vezes também está empregada nas indústrias de tecelagem e também trabalha longas e exaustivas jornadas de trabalho, deixando seus rebentos sozinhos em casa, onde os mais velhos tem a missão de cuidar dos mais novos, quando na verdade os mais velhos também requeriam a atenção familiar para ter um bom desenvolvimento cognitivo.
A convivência das pessoas na vida urbana traz, por um lado, muitas facilidades e as condições de uma vida mais confortável e prazerosa, mas acaba afrouxando também os valores tradicionais e a moralidade. Nestes novos ambientes