Revoluçao Industrial
As consequências da revolução industrial foram múltiplas. A primeira e, talvez a mais drástica, foi a concentração da mão de obra. Em outras palavras, as grandes indústrias atraíram e empregaram pessoas que tiveram que se deslocar para junto delas. Daí o surgimento das megalópoles, com todos os problemas de habitação e de tráfego, pela necessidade de locomoção em massa.
A segunda consequência foi o esfacelamento da família. Até aí a família constituía o local de trabalho. Todos os seus membros atuavam juntos, quer no artesanato quer na agricultura. A era industrial os dispersou por muitos lugares de trabalho. Seus membros se encontram cada vez menos.
A terceira consequência foi a criação de uma nova classe social, conhecida com o nome de proletariado. Começou mordendo o pó da miséria. Foi a época em que Karl Marx lançou seu Manifesto Comunista, sob a égide da foice e do martelo, ou seja, considerando o trabalho humano exclusivamente na perspectiva da produção material: da extração e da transformação de bens materiais, respectivamente, na agropecuária e na indústria, reconhecidas como setor primário e secundário da produção. Tira-lhe a espiritualidade.
A quarta consequência foi a nova visão do homem, não mais como membro de uma família, mas como indivíduo diante do Estado. Daí as duas grandes ideologias a se digladiarem: a primeira enfatiza o indivíduo, com sua liberdade. Recebeu o nome de liberalismo. A segunda privilegia o Estado. Concebe o homem como peça no todo, sob o nome de socialismo.
A quarta consequência é o artificialismo da vida. O homem perde o contato com a natureza. Sente-se obrigado a seguir o ritmo da máquina, que ele mesmo inventou. É escravo da máquina e do tempo. Tudo se mecaniza, mercantiliza e artirificializa, cronometra, inclusive o trabalho.
Leão XIII direciona seu pontificado para esta problemática. Escreve, em 1891, uma encíclica sobre “as coisas novas”, resultantes da