A família como unidade de cuidado
As novas práticas de assistência à saúde são resultantes de uma reorientação na forma de conceber o processo saúde-doença, tendo como mudança principal o deslocamento do lócus de cuidado, centrando-se prioritariamente na saúde do indivíduo em seu contexto familiar. Perde-se cada dia mais a visão do indivíduo como ser único e isolado, passando adotar o meio em que vive como fator fundamental para o processo saúde e doença. Neste sentido, faz-se importante conhecer este meio, dando ênfase ao seu contexto familiar, percebendo a família como aquela que cuida, orienta e forma os valores que levará para toda a vida (WEIRICH; TAVARES; SILVA, 2004).
De modo predominante, as definições de cuidado à saúde se restringem a dar ênfase a ações que se desenrolam no contexto dos serviços de saúde a partir da ação técnica dos profissionais do setor. No entanto, uma observação mais atenta e criteriosa nos leva a perceber que os “cuidados da saúde” são produzidos em pelo menos dois contextos distintos, porém inter-relacionados: a rede oficial de serviços e a rede informal, representada especialmente pela família (ELSEN, 2004).
É na rede informal, que tem na família seu principal personagem, onde se produzem cuidados essenciais à saúde. Estes vão desde as interações afetivas necessárias ao pleno desenvolvimento da saúde mental e da personalidade madura de seus membros, passam pela aprendizagem da higiene e da cultura alimentar e atingem o nível da adesão aos tratamentos prescritos pelos serviços (medicação, dietas e atividades preventivas). Essa complementaridade se dá através de ações concretas no cotidiano das famílias, o que permite o reconhecimento das doenças, busca “em tempo” de atendimento médico, incentivo para o autocuidado e, não menos importante, o apoio emocional (ALVES; SILVEIRA, 2011).
O conceito de família tem incorporado significados diferentes ao longo do tempo, sendo concebido atualmente para além dos laços de sangue, valorizando