A explosão no consumo de Ritalina
Kwame Yonatan Poli dos Santos
A explosão do consumo de ritalina
Ana Carolina Pereira da Silva1
Cristina Amélia Luzio2
Kwame Yonatan Poli dos Santos3
Silvio Yasui4
Gustavo Henrique Dionísio5
UNESP
Resumo: A sociedade atual vive desde a década de 50 uma “revolução psicofarmacológica”, em que os avanços tecnológicos da psiquiatria e da neurologia possibilitam a criação de dispositivos que conseguem ter uma melhor visualização do funcionamento físico-químico do cérebro, onde o paradigma de tratamento de sofrimento psíquico passou a ser baseado na utilização de psicotrópicos. Dessa forma, a medicina buscou tratar neurocientificamente comportamentos desviantes da norma social. Nesse cenário, o diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) desponta com certa freqüência e com uma constância ainda maior o uso de Ritalina, nome comercial do metilfenidato, no tratamento do suposto transtorno, principalmente em crianças. Esse presente trabalho faz uma reflexão, a partir de uma revisão bibliográfica, a cerca do aumento do consumo de Ritalina nos últimos anos, procurando problematizar a forma indiscriminada de diagnosticar e tratar o TDAH.
Palavras-chave: TDAH; Ritalina; medicalização.
1
Aprimoranda da Universidade Estadual de Campinas em Psicologia do Desenvolvimento, Psicóloga pela Unesp- Assis.
2
Livre Docente em Psicologia e professora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
3
Mestrando do programa de Psicologia da Unesp-Assis, bolsista Fapesp.
4
Professor Assistente Doutor do Departamento de Psicologia Evolutiva, Social e Escolar , da
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
5
Professor Assistente Doutor do Departamento de Psicologia Clínica , da Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Revista de Psicologia da UNESP 11(2), 2012.
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A explosão do consumo de ritalina
1. Introdução
A