Sociologia do corpo: saúde, doença e envelhecimento
JACIR L. CASAGRANDE E TADE-ANE AMORIM
UNISULVIRTUAL – PALHOÇA, 2007.
1. Sociedade e Cultura: identidade, padrão cultural e etnocentrismo
Veremos parte da diversidade da vida e da cultura humanas, desenvolvidas nos diferentes modos de vida do ser humano. Não há um conceito de cultura que tenha uma aceitação universal. Na linguagem sociológica, cultura é o que é resultado da criação humana. Um conceito clássico de cultura é o de Tylor (1954 apud UMNEY,1963 P.98) “um todo complexo que abarca conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e outras capacidades adquiridas pelo homem como integrante da sociedade”. Cultura não é herança biológica, mas capacidades desenvolvidas pelo ser humano por meio do convívio social. Todos os seres humanos possuem cultura. Ela não é exclusiva de pessoas letradas. Tanto a mais simples e isolada sociedade tribal quanto a mais complexa sociedade possuem cultura. Evidentemente são culturas diferentes. É inaceitável se ouvir dizer de pessoas ou grupos a expressão: “é sem cultura”. Cada povo, cada sociedade tem sua cultura, tem o seu modo de vida, resultante do convívio que desenvolveu para a adaptação às condições ambientais. Mas a cultura é também resultante da transformação da natureza pelo homem, com o seu trabalho. Para Giddens (2005, p.38), a cultura “refere-se às formas de vida dos membros ou grupos de uma determinada sociedade; como se vestem, seus costumes matrimoniais e vida familiar, seus padrões de trabalho, cerimônias religiosas e ocupações de lazer”. Ainda pode-se dizer que é um sistema de inter-relações que conecta os indivíduos uns com os outros. As sociedades são unidas porque os seus membros estão organizados e estabelecem relações sociais, orientadas por uma única cultura. Cultura e sociedade estão tão interligadas, que nenhuma existira sem a outra. Ambas constituem os alicerces essenciais da condição de “seres humanos”.