a experiência burguesa
As rupturas dos padrões e a remoção de marcos orientadores de conduta foram problemas inéditos para a sociedade que viveu o período de transformações e revoluções. Essa época de mudanças caracteriza a experiência burguesa.
Na Idade Média o modo de produção era feudal, agrário, e os fenômenos da natureza eram explicados sob a ótica religiosa. A Igreja e seus dogmas definiam a vida da população. Não havia mobilidade social, e a hierarquia entre servos, senhores feudais, clero e nobreza era defendida pela ideia de um destino traçado por Deus. Neste período não havia a definição do individuo e sua singularidade. A produção era voltada para a subsistência, para manter uma vida em comunidade. Porém toda essa perspectiva muda com a autonomia conquistada pelo homem.
Segundo Sell o surgimento da Sociologia esta ligado a fatores histórico-sociais e fatores epistemológicos. Entre os fatores históricos podemos citar as três revoluções ocorridas no período: a Revolução Industrial, a Revolução Francesa e a Revolução Cientifica.
A Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra no século XVIII e representou uma transformação de ordem econômica, que trazia uma nova forma de organizar a produção. Surgiram máquinas e trens que mudaram a noção de espaço e tempo com novos meios de transporte de mercadorias e pessoas, mudança na configuração das cidades e o surgimento de subúrbios que, segundo Gay, representaram a consolidação do individuo e sua personalidade. Os subúrbios, construídos nas regiões periféricas da cidade, representavam também uma fuga da conturbada cidade e a realização de anseios, algo como o “sonho da casa própria”. A “era dos trens expressos”, como ficou conhecido o momento histórico, traduz a velocidade com que as mudanças ocorreram. Essa velocidade trouxe uma racionalização