historia
Por Nildo Viana em 12/01/2011
A Revolução Russa de 1905 aparece como um fenômeno de importância menor em comparação com a Revolução de 1917. No entanto, esta forma de pensar a Revolução de 1905 cria um obstáculo para compreender a sua real importância. A Revolução de 1905 foi a primeira tentativa de revolução proletária do século 20 e inspirou diversas correntes, pensadores e ações posteriores. A necessidade de compreender o seu significado histórico se torna, portanto, evidente. O acontecimento mais marcante da Revolução de 1905 foi – em prosseguimento ao desencadeamento das greves de massas – a emergência dos conselhos operários enquanto forma de auto-organização da classe operária. E, assim como as diversas experiências históricas posteriores, não somente na Rússia, mas na Alemanha, Hungria, Itália, etc. este acontecimento expressou uma nova época das lutas operárias e possibilitou a teoria que expressa estas lutas, mesmo em sua primeira forma rudimentar.
Desta forma, o que pretendemos discutir é o significado da revolução russa de 1905 para o movimento operário, tanto através das formas organizativas gestadas neste processo quanto na elaboração teórica que lhe foi posterior e sofreu sua forte influência.
OS DILEMAS DA REVOLUÇÃO BURGUESA NA RÚSSIA
Nenhum acontecimento histórico é analisado de forma neutra. Em toda análise de qualquer fenômeno histórico se manifestam valores, sentimentos, concepções. Nas formas mais elaboradas de análise do fenômeno histórico, também existe uma base teórica e metodológica. Para analisar a Revolução de 1905 e compreender seu real significado, precisamos partir de uma determinada perspectiva e do método e teoria que lhe é correspondente. Nosso ponto de partida será o materialismo histórico-dialético, que não tem a pretensão de neutralidade, já que manifesta uma determinada perspectiva de classe, mais precisamente, a perspectiva do proletariado (Viana, 2007).
Assim,