A excêntrica família de Antônia

Analisando o filme "A Excêntrica Família de Antônia", podemos perceber a construção de estereótipos, o “ethos”, os valores culturais de uma comunidade, a diversidade, a relação entre sujeito e ambiente na construção da personalidade, bem como o envelhecimento e sua relação com a morte. Antônia acolheu um casal de deficientes mentais que encontra o amor de uma forma inesperada e improvável, tem uma filha lésbica e uma neta superdotada, possui um ciclo de amizades como um filósofo pessimista e uma amiga que adora procriar. Nesse sentido, vemos que a família de Antônia foi compondo-se como um grupo aberto, principalmente por pessoas excluídas pela sociedade, seja por limitações psicológicas, cognitivas, mas todos com formas opostas ao “ethos” cultivado pelos moradores da comunidade. Por isso o título do filme, pois a família de Antônia era caracterizada principalmente por sua excentricidade e diversidade. Diante disso, podemos relacionar os conflitos, frustações e ansiedades com o personagem filosófo amigo de Antônia, o "Dedo Torto", que durante o filme apresenta-se melancólico e acredita que o “não existir” ou o “morrer” seria a melhor solução para os seus problemas, o que nos revela um estado de frustação, onde há uma interrupção no seu comportamento. Podemos perceber também a ansiedade, um sentimento de apreensão, que para existencialistas nasce da constatação da inevitabibilidade da morte, assim como um conflito pelo próprio em entre escolher a vida ou a morte. Outro ponto que vale ressaltar é a questão da comunidade impor valores morais, costumes e normas a serem seguidos pelos demais, porém, existia um paradoxo em questão, pois estes mesmos não viviam de acordo com o que falavam, ou seja, as pessoas pensavam de formas diferentes, mas não se sentiam capazes de assumirem seus comportamentos excêntricos. Esse ato se configura como um mecanismo de defesa, mais precisamente a projeção, a qual atribui a outros ideias e tendências que o indivíduo não consegue