A evolução da escrita
A criança é um produtor de textos desde a mais tenra idade. Numa criança de classe media, habituada desde pequena a fazer uso do lápis e dos papeis que encontra na sua casa, podem-se registrar tentativas claras de escrever – diferenciadas das tentativas de desenhar – desde a época das primeiras garatujas, ou antes, (2 anos e meio ou 3 anos).
Estas primeiras tentativas de escrita são de dois tipos: traços ondulados contínuos (do tipo de emes em cursiva) ou uma serie de pequenos círculos ou de linhas verticais. Naquele momento, já existe escrita na criança: é a maneira de escrever aos 2 anos e meio ou 3, ainda que a semelhança do traçado em relação a do adulto na passa de ser global, os dois tipos básicos de escrita aparecem: os traços ondulados contínuos (com a descontinuidade da escrita de imprensa).
No decorrer do seu desenvolvimento, a criança pode ter tido a oportunidade de adquirir certos modelos estáveis de escrita, certas formas fixas que são capazes de reproduzir na ausência do modelo. Destas formas fixas, o nome próprio é uma das mais importantes (se não for a mais importante). Falamos de formas fixas porque, como veremos a criança deste nível tende a rejeitar outras possíveis escritas de seu nome que apresentem as mesmas letras, mas em outra ordem. Porém, a correspondência entre escrita e o nome ainda global e não- analisável: à totalidade que constitui esta escrita faz-se corresponder outra totalidade (o nome correspondente), mas as pastes da escrita ainda não corresponde as partes do nome. Cada letra vale como a parte de um todo e não tem valor em si mesma.
Vale ressaltar que a aquisição de certas formas fixas está sujeita a contingências culturais e pessoais: culturais, porque uma família de CM oferece, como maior freqüência contextos para essa aprendizagem (ainda que não seja pelo simples fato de escrever o nome da criança em seus desenhos, para identificá-los); e pessoais porque às vezes a presença de um irmão maior, que