A estética
O Determinismo Moderado defende a tese de que o determinismo e o livre-arbítrio são compatíveis. Ou seja: todas as acções são determinadas por causas anteriores mas algumas delas são livres. Para explicar essa compatibilidade alega que o que caracteriza uma acção livre não é a ausência de causas anteriores à decisão do agente, mas sim a ausência de coacções imediatas, de constrangimentos que o impeçam de fazer o que deseja ou que o obriguem a fazer o que não deseja. Assim, uma acção livre é uma acção realizada por vontade do agente e o facto dessa vontade ter sido influenciada por diversos factores que o agente não controla não lhe retira a liberdade.
Estará o Determinismo Moderado certo? Vamos considerar uma das objecções possíveis e a resposta do Determinismo Moderado a essa objecção.
O Determinismo Moderado redefine o conceito de livre-arbítrio de um modo simplista. Quando os defensores do Determinismo Radical e do Libertismo discutem se há ou não há livre-arbítrio não o entendem apenas como sendo a capacidade de realizar acções sem coacções imediatas, mas também como o poder de iniciar acções independentemente de quaisquer causas anteriores. Ou seja: entendem o livre-arbítrio como um poder de autodeterminação do agente. E o que discutem é se os seres humanos possuem ou não esse poder - discutem se os seres humanos podem realizar acções que derivem apenas da sua vontade, sem influência de qualquer outra causa. Os libertistas dizem que sim e os deterministas radicais dizem que não. O Determinismo Moderado ao restringir o livre-arbítrio à ausência de coacções “empobrece” esse conceito e só nessa medida parece compatibilizá-lo com o determinismo. Mas essa compatibilização é aparente e insatisfatória, pois o livre-arbítrio, se existir, é mais do que aquilo que o Determinismo Moderado diz que é. Assim, esta teoria não resolve o problema do livre-arbítrio.
Uma analogia talvez ajude a perceber esta objecção. Imagine que