A estrutura fundiária brasileira e os conflitos e movimentos sociais no campo
Essa concentração da propriedade fundiária tem aumentado muito ao longo dos anos, principalmente a partir de 1970, quando começou a ocorrer uma expansão das "fronteiras agrícolas" (faixa de terras cultivadas ou aproveitadas pela pecuária) do país em direção à Amazônia, com a ocupação de terras devolutas (espaços desocupados do ponto de vista jurídico, isto é, sem título de propriedade. Essas terras nem sempre são desabitadas ou vagas, pois é comum haver nelas posseiros ou até indígenas) para a derrubada da mata e o estabelecimento da lavoura e da pecuária. Pequena propriedade rural Em boa parte, essa ocupação da terra é apenas formal, com a empresa (às vezes, uma multinacional) conseguindo o título de propriedade da área e deixando-a ociosa à espera de valorização. Mas essa expansão das áreas ocupadas pela agropecuária acabou agravando ainda mais o problema da estrutura fundiária, já que o tamanho médio das propriedades que ocupam a maior parte das novas terras é enorme, constituindo novos latifúndios.
Esse agravamento também prejudica a produção de alimentos, porque as grandes propriedades se voltam mais para os gêneros agrícolas de exportação, enquanto as pequenas e médias propriedades produzem, geralmente, para abastecer