A ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL E O DESAFIO DA SUSTENTABILIDADE
Josely Nunes Villela
Cid Alledi
Emilio Eigenheer
Breve panorâmica da sustentabilidade
O
conjunto de ações empreendidas pelo homem em sua escalada de crescimento e busca de bem estar, quer seja na perspectiva dos bens produzidos ou do consumo crescente, tem provocado perturbações ao meio ambiente, evidenciadas pelo esgotamento das reservas naturais, sobretudo a diminuição do suprimento de água potável, a perda da biodiversidade, a mudança climática e o aquecimento global. As populações mais pobres são as mais afetadas e o processo de reconstrução de vidas é sempre doloroso para os atingidos e oneroso para o Estado. O Relatório Stern
(2006), estudo patrocinado pelo governo inglês, afirma que as alterações no clima podem custar 20% do PIB do planeta nas próximas décadas, se o ritmo de emissões dos gases causadores do efeito estufa não for contido. O conjunto de ações corretivas pode demandar muito investimento hoje, mas não fazer nada pode custar muito mais. É importante lembrar que a comunidade científica internacional começou a sinalizar sua preocupação com o ritmo e as consequências da deterioração ambiental desde a década de 1970 e, a partir daí, se intensificaram os estudos, as pesquisas e as discussões visando o desenvolvimento sustentável. A sociedade não reagiu a tempo de impedir as consequências que tem custado vidas humanas, extinção de muitas espécies e tendências alarmantes. Mas nem mesmo os cientistas chegaram a tempo a um consenso sobre a origem do aquecimento global, o que demonstra que o processo de resistência a mudanças não é privilégio dos leigos. Em 1962, Thomas
Kuhn já discutia o caráter descontínuo do progresso da ciência, apontando para o intrincado processo de aceitação dos novos paradigmas.
ALCEU - v. 11 - n.22 - p. 219 a 235 - jan./jun. 2011
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É paradoxal que