A Estrutura Dos Mitos

Lévi-Strauss, Claude. (XI. A Estrutura dos Mitos)
Journal of American, Folklore, 1995.

Em seu ensaio A Estrutura dos Mitos, Lévi-Strauss expõe uma teoria onde procura explicar como o Mito constitui um fenômeno que transcende suas fontes originárias ( língua, discurso, cultura) podendo ser estudado enquanto um evento autônomo. Na primeira abordagem deste conceito, o autor chama a atenção ao paradoxo de que, apesar de os mitos se originarem, muitas vezes, de culturas isoladas entre si, a similaridade entre os mesmos é enorme.
Para explicar tal fato, Lévi-Strauss descarta princípios sociológicos ou psicológicos como os arquétipos estudados pelo psicanalista Jung.
Desta forma, seu campo de estudo concentra-se na totalidade que a estrutura do mito representa e nas unidades isoladas que a constitui. Lévi-Strauss nomeia estas unidades de “grandes unidades constitutivas” ( mitemas) para que não sejam confundidas com unidades linguísticas como os morfemas e semantemas. Segundo o antropólogo, estas unidades adquirem uma função a partir do momento em que são analisadas como “feixes de relação”, ou seja, a medida em que as unidades fazem contato umas com as outras ao serem paralelamente expostas, ou ainda, agrupadas em colunas ou em outras perspectivas além do campo tridimensional.
Um dos recursos de que lança mão para ilustrar seus pontos de vista é o da arbitrariedade entre as palavras de uma determinada língua com os objetos ou eventos que ela nomeia. Da mesma forma, segundo Lévi-Strauss , o mito também teria relação de arbitrariedade com as fontes que o originaram e, assim como no estudo da língua, o mito também deveria ser analisado pelo resultado obtido através das combinações de suas unidades, descartando-se princípios morais, estéticos ou religiosos.
Para demonstrar seu método de estudo das grandes unidades constitutivas, Lévi-Strauss traz como exemplo o mito de Édipo e o “desmonta” em partes que são postas em colunas paralelas, criando assim, a