2 Capitulo de filosofia a consciência mitica
A Consciência Mítica 1. Dois Relatos míticos
Costumamos dizer que a filosofia é grega, por ter nascido nas colônias gregas no século VI a.C. E antes da filosofia, que tipo de pensamentos ocupavam a mente das pessoas?
Vamos primeiro examinar o mito, modo de consciência que predomina nas sociedades da Antiguidade. Ao contrario, porém, do que muitos supõem o mito não desapareceu com o tempo. Está presente até hoje.
Entre os povos indígenas habitantes das terras brasileiras, encontramos varias versões sobre a origem da noite. Um desses relatos é o dos maué.
De modo semelhante aos maué, os gregos do tempos homéricos narram o mito de Pandora, a primeira mulher.
Nos dois relatos, percebemos situações aparentemente diversas, mas que se assemelham, pois ambos tratam da origem de algo: entre os indígenas como surgiu a noite, e entre os gregos, a origem dos males. E trazem como consequências que as pessoas devem enfrentar.
A leitura apressada do mito nos leva a compreendê-lo como uma maneira fantasiosa de explicar a realidade. Sobre esse enfoque, os mitos seriam lendas, fabulas e crendice. Tanto é que, na linguagem comum, costuma-se identificar o mito a mentira.
No entanto, o mito é mais complexo e muito mais expressivo e rico do que supomos. 2. O que é mito?
Como processo de compreensão da realidade, o mito não e lenda, pura fantasia, mas a verdade. Nesse sentido, antes de interpretar o mundo de maneira argumentativa, o mito expressar o que desejamos ou tememos, como somos atraídos pelas coisas ou como delas nos afastamos.
Não se trata, porém de qualquer intuição. O conceito de mito precisa de outro componente o mistério, pois ele sempre é um enigma a ser decifrado e como tal representa nosso espanto diante do mundo.
Entre as comunidades tribais, os mitos constituem um discurso de tal força que se estende por todas as esferas da realidade vivida. Desse modo, o sagrado esta em todos os campos da atividade humana. Por isso, os modelos de