a extrutura dos mitos
Nos últimos vinte anos, antropologia parece ter se afastado cada vez mais do estudo dos fatos religiosos. Amadores de diversas partes se aproveitaram disto para invadir o domínio da etnologia religiosa. Taylor, Frazer e Durkheim foram os fundadores dessa etnologia, e ganharam destaque por terem compreendido que os problemas de etnologia religiosa provêm de uma psicologia intelectualista. Contudo a psicologia moderna se desinteressou dos fenômenos intelectuais preferindo o estudo da vida afetiva. De todos os capítulos da etnologia religiosa é a mitologia, sobretudo que sofre com esta situação. Como prova disso, podemos notar as antigas interpretações caracterizadas como rejuvenescidas: devaneios da consciência coletiva, divinização de personagens históricos, ou o inverso. De qualquer modo que se encarem os mitos, parecem se reduzir todos a um passatempo gratuito, ou uma forma grosseira de especulação filosófica. Então se mostra necessário compreender o que é um mito. Algumas pessoas afirmam que cada sociedade exprime nos mitos, sentimentos fundamentais, tais como o amor, o ódio ou a vingança, que são comum a toda humanidade. Para outros os mitos constituem tentativas de explicação de fenômenos dificilmente compreensíveis: astronômicos, meteorológicos, etc. Já os psicanalistas, como também alguns etnólogos querem substituir as interpretações, tomadas de empréstimo à sociologia.
Por exemplo, se um sistema mitológico atribuir um lugar proeminente a certa personagem, tomemos como empréstimo uma avó malfazeja, então a explicação com relação a isso, seria que na tal sociedade, as avós têm uma atitude hostil em face de seus netos. A mitologia será tida por um reflexo da estrutura social e das relações sociais. O estudo dos mitos conduz a constatações contraditórias. Os mitos têm como característica o fato de se reproduzirem com os mesmo caracteres e segundo os mesmos detalhes, nas diversas regiões do mundo. É aí que se situa o