A escuta psicanalítica de uma criança autista
A escuta psicanalítica de uma criança autista
ITAJAÍ 2012
No presente artigo, pode-se observar que a visão de sujeito para a autora é mais direcionada ao modelo de Lacan, pois acredita que o objetivo na clínica com os autistas, é encontrar o caminho do Outro do desejo e restaurar o lugar do sujeito, ocultado ou renegado, procurando pistas no seu local de desaparecimento. É necessário que algo, desde logo se institua neste campo, e este algo é o campo do Outro, que, assim, é introduzido como tal pelo analista como um campo que poderá advir pelo autista também. Essa visão pode ser observada no seguinte trecho:
“A criança autista não faz do Outro lugar de demanda, por não suportar a demanda.
Para eles, a demanda do Outro é mortífera, ou seja, quer que o sujeito não advenha.
O autista sai da demanda, do circuito das trocas, o que é escandalosa e emblematicamente representado por sua recusa à mais forte das demandas: o falar.”
Essa visão da autora é corroborada de acordo com o ponto de vista de Lacan, onde ele afirma que:
“Com o sujeito, portanto, não se fala. Isso fala dele, e é aí que ele se apreende, e tão mais forçosamente quanto, antes de – pelo simples fato de isso se dirigir a ele – desaparecer como sujeito sob o significante em que se transforma, ele não é absolutamente nada. Mas esse nada se sustenta por seu advento, produzido agora pelo apelo, feito no Outro, ao segundo significante.” (1998, p. 849)
Segundo uma das afirmações de Lacan, quando este diz que “na medida em que se trata para o sujeito de se fazer reconhecer, um ato de palavra.” ( 1986,p.279).
Isso fica evidente, em um outro trecho, onde a autora cita que considera o ato